Enio Staub

O Cinema de Enio Staub

 

Cone Sul (1980)

Melhor Documentário no Festival de Gramado de 1985

No final da década de 70, começo dos anos 80 o jornalista Enio Staub, então repórter do Globo no Rio Grande do Sul resolve registrar em documentário a história da Operação Condor, vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980.  Militares uruguaios, com a colaboração de militares brasileiros, em Porto Alegre, sequestraram de forma clandestina dois ativistas uruguaios, Lilián Celiberti e Universindo Díaz, e duas crianças em solo brasileiro. Uma ligação anônima alerta dois jornalistas, Luiz Cláudio Cunha e J.B. Scalco, que descobrem a operação. Ao cobrirem o caso, as reportagens geram indignação da opinião pública mundial e obrigam a ditadura uruguaia a manter vivos o casal sequestrado.  
 

Contestado, A Guerra Desconhecida (1985)

Prêmio Especial do Juri do 1o Vídeo da Terra em 1987

Seleção SESC no programa Memórias Inapagáveis

Os anos seguintes foram dedicados a mais projetos cinematográficos. Em 1985, Enio Staub dirige Contestado, A Guerra Desconhecida, que relembra o conflito ocorrido entre 1912 e 1916 no Paraná e em Santa Catarina. A estrada de ferro São Paulo-Rio Grande foi construída na região pela empresa norte-americana Union Farqhuar, com o apoio dos coronéis e do governo brasileiro. O empreendimento exigiu a contratação de milhares de trabalhadores e a desapropriação de terras. Concluída a obra, o grande grupo de operários desempregados e camponeses desalojados originou o levante popular que atuaria na Guerra do Contestado. Uma das maiores revoltas nacionais, considerada um novo Canudos e, como a campanha baiana, também tinha um incentivador místico – seu líder messiânico era o monge José Maria.
 

Hijos de la Tierra (2015)

Melhor Documentário no Prêmio Goya 2016 Já no Século XXI, após longo contato com o Padrinho Sebastião na Floresta Amazônica e uma vida comunitária em Florianópolis, Enio retorna ao universo do cinema produzindo no Brasil e no México o documentário Hijos de la Tierra, um testemunho de pessoas ligadas à natureza que abrem o coração para transmitir à humanidade a sabedoria que a Mãe Terra guarda. Nosso planeta é fonte de vida e, portanto, precisa ser preservado. Hoje, mais do que nunca, devemos sentir o grito da Terra, ao qual, entre todo o barulho e pressa, quase nunca ouvimos: “Somos seus filhos, não seus donos. A Terra é uma farmácia viva que devemos preservar”.

Amazon Rasta (2022)

Melhor Documentário da Diáspora Africana no African Film Festival 2022 Documentário ‘RoadMovie’ que acompanha as viagens musicais e espirituais de Carlos Pereira Marques, o RasKadhu, nascido em São Paulo. Ele é músico e compositor, líder da banda JahiRas e busca afirmações em seus caminhos dentro da Floresta Amazônica e da Ethiópia. As viagens de RasKadhu por esses mundos diversos nos trazem ligações surpreendentes e emocionantes. Uma jornada musical que mescla os ensinamentos do Raggae, do Nyabinghi Rastafári e dos hinos do Santo Daime. Uma sinergia espiritual deste personagem que explora culturas relevantes do Século XXI. https://www.youtube.com/watch?v=6WSkHLk7BEI

Dança dos Ancestrais (2023)

Na África do Sul, o som dos tambores ancestrais conduzidos pelo casal de xamãs Nozani e Tlamini da etnia Xhosa, nos levam a uma viagem no tempo onde a dança com os espíritos manifesta a vida e dão força para vencer. Mensagens imemoriais que tocam o profundo do coração e nos levam a entender quão distantes estamos das nossas origens como seres humano. Com os seus filhos tocando os tambores vamos compreender como a tradição se mantem viva em meio a vida moderna que já está para chegar naquela pequena aldeia na Costa Selvagem próxima a foz do rio Mzimvubu. https://www.youtube.com/watch?v=OqVAlgN2PBU&t=26s

Venado Peyote Maíz (2023)

Documentário de longa-metragem que nos leva ao universo mágico da etnia Huichol do México, revelando ao público pela primeira vez o coração das cerimônias do Peiote, uma planta rica em mescalina que possibilita visões. Com a condução do marakame (xamã) Cavallo Pinto, testemunhamos as peregrinações no deserto de Wirikuta, em busca do peiote e a sua relação mágica com o veado e o milho, revelando cerimônias ancestrais daquele povo. Da Serra Madre Ocidental Mexicana onde vivem, eles viajam até o Brasil para saudar o mar e apresentar a sua cultura, louvando os ancestrais por todo conhecimento e sabedoria preservada. https://www.youtube.com/watch?v=rX8286COsQ4&t=1s